Porque o impacto psicológico gerado no primeiro dia do novo ano, com a promessa de um novo começo, uma breve sensação de alivio da culpabilidade dos incumprimentos do ano anterior, a sensação de que o novo ano será diferente dura pouco.
Segundo Paulo Moreira, autor da obra “Inteligência Emocional” a outra razão é o síndrome da falsa esperança de que habitualmente somos vitimas, o que ele explica recorrendo à lógica de Mark Griffiths, Professor de Adição Comportamental da Nottingham Trent University:
“Esta síndrome é caracterizada pela crença errada que a mudança é facilmente obtida e que irá produzir benefícios exagerados. Depois, quando essas expectativas não são cumpridas, sentimo-nos frustrados e temos mais tendência em desistir logo. Ou seja, o sentimento de um ano novo cheio de mudanças e que estas serão rápidas e impressionantes, causa-nos um sentimento de excesso de confiança. Este excesso de confiança, faz-nos sobrestimar a probabilidade de completar as tarefas que definimos para nós e sair dos hábitos fortemente enraízados”.
Com isso, Moreira não pretende desencorajar as resolução de Ano Novo, até porque ele encontra nisso significados culturais, mas não deixa de questionar o facto de ao fim de poucos meses grande parte das resoluções ficam por cumprir.
E para aumentar as probabilidades das nossas resoluções de ano novo serem concretizadas, o autor da obra “Inteligência Emocional” propõe-nos as seguintes estratégias:
Responder esta questão evita que viajemos pelos objetivos que não nos dizem nada por serem fruto da influencia de terceiros. Todos nós conhecemos pessoas que seguem a tendência e traçam um objetivo que está na moda ou o que a outra pessoa achou interessante para ela? Se não estivermos devidamente conectados com o nosso objetivo, se ele não for importante para nós, o entusiasmo da concretização desaparece na primeira dificuldade. O importante é descobrir o que é realmente importante para cada um de nós, um objetivo pessoal, de forma a gerar forças em nós para ultrapassar os obstáculos na sua concretização.
Muitos objetivos não são concretizáveis por serem, ou demasiado insignificantes que não nos entusiasmam, ou são demasiado grandes que nos esmagam só de pensar nisso. Aqui, Moreira sugere o realismo e um pensamento SMART, que implica que a nossa intenção seja Específico, Mensurável, Atingível, Relevante e Temporável. É muito importante que o nosso objetivo seja grande o suficiente para nos motivar e realista o suficiente para o concretizarmos.
O tempo da concretização dos objetivos pode ser uma pedra no nosso sapato. As vezes as pessoas querem alcançar grandes eventos em curto espaço de tempo. A vida, diz Moreira, “não é uma corrida de 100 metros, mas sim uma maratona”. A resolução do ano novo pode ser apenas uma etapa dessa maratona, o que permite desmontar um objetivo de vida em metas anuais. Pode recorrer à ferramenta “RodMap” que ajuda desmontar um objetivo em metas. Veja este vídeo de Gerônimo Telmh e conheça os passos para desmontar um objetivo em metas.
Outro obstáculo que atrapalha a resolução do ano novo é a lista de tarefas. Definimos objetivos, as mestas, mas sem tarefas associadas, o tempo passa e nada acontece. Por isso, definir com precisão os passos a dar para chegar à meta definida e consequente objetivo, aumenta a probabilidade de isso acontecer. O Coach Geronimo Telmh tem uma ferramenta, chamada pirâmide de sucesso que ajuda a dividir as ações em passos específicos, que pode levar-nos passo a passo ao nosso objetivo. Pode ser um passo minúsculo diário. Lembre-se de que um passo diário, por mais pequeno que seja, serão 365 passos num ano. Veja como se executa a ferramenta neste vídeo.
Por fim, Moreira sugere a flexibilidade na execução, alertando para a importância de encararmos os planos e as metas com fluidez, cientes da normalidade das atualizações ao longo do tempo.
Que as resoluções de 2020 sejam todas concretizadas.