Quem reclama quer ter razão

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Uma das frases que ouvi do Pedro Neves, humorista e especialista em comunicação e gestão de equipas e fez-me todo o sentido é que a reclamação tem mais a ver com a necessidade de ter razão de que com a resolução do problema. Não sei qual  é a tua experiência sobre isto, mas eu já vi muitas situações arrastarem por guerra de egos. 

A necessidade de ter razão é humana. Tem a ver com a sensação de garantir a nossa marca nas coisas em algum momento como isso é garante da nossa existência. Isso porque lá no fundo, acreditamos que se as coisas não forem da nossa maneira, ou como estamos a ver deixamos de existir. Um pensamento louco que reside no nosso subconsciente e que faz muito mal às relações e aos ambientes relacionais de equipas e grupos. 

Antes, como muita gente, vivia nessa necessidade de ter razão, das coisas serem feitas da minha maneira e de reclamar por tudo e por nada. O que eu procurava era sair vitoriosa ou ser considerada, como explica Dale Carbegie no seu livro Como fazer Amigos e Influenciar Pessoas, citando Willian James “A mais profunda solicitação da natureza humana é a ânsia de ser apreciado” comparando o profundo desejo humano pela consideração a uma espécie de fome insaciável.

Depois de iniciar a jornada de desenvolvimento pessoal e da performance da liderança, percebi que a necessidade de ter razão é apenas uma disputa da taça mais cobiçada, “eu tenho razão”. 

Percebi que nessa disputa podemos recorrer às armas mais poderosas na destruição das relações: humilhar, ofender, agredir, tornando o nosso ambiente hostil e conflituoso. 

Somos capazes de destruir conquistas de uma vida em nome de :“eu tenho razão”. Lembro de uma organização social de nome “Conversas de Rua” que fazia um lindo trabalho na comunidade, mas um dia os membros entraram em rota de colisão porque todos queriam ter razão e a organização desabou. 

Podemos até receber a taça, “tens razão”, mas quanto tempo dura o sabor desta sensação? 

 • O que faríamos se pudéssemos escolher entre: 

 • Estar em paz ou ter razão? 

 • Manter a relação ou ter razão? 

 • Restaurar a cordialidade do ambiente ou ter razão? 

 • Resolver o problema ou ter razão. 

 • Manter a amizade ou ter razão? 

 • Afinal, qual é o ganho de ter razão? 

Se conduzes, desafio-te a imaginares-te a chegares um cruzamento em que te apresentas pela direita e sabes que tens prioridade sobre o carro que vem de esquerda. Contudo, apercebes-te que este não faz mínima intenção de parar. Sabes que se avançares terás a razão do seu lado. Ter razão e o carro partido em simultâneo é uma das escolhas possíveis que farias em consciência nesse cruzamento?

Eu tenho uma dica para ti. Quando surgir uma reclamação ou qualquer situação que a outra parte reclama a razão, dá-lhe a razão. Dar razão é como levantar as mãos para o ar quando alguém está a apontar uma arma para ti. Ninguém dispara para alguém com as mãos no ar a não ser que esta era mesmo a sua intenção. 

Quando damos razão a alguém, ela fica disponível para nós lhe mostrarmos o nosso ponto de vista, até porque o facto de eu estar certa não significa que a outra pessoa está errada. Porque, ponto de vista é apenas o ponto de onde a vista é lançada. Todos nós estamos certos do nosso ponto de vista. 

Uma reclamação pode ser apenas uma oportunidade para tu treinares a tua habilidade relacional, ajudando a pessoa a ver o que tu estás a ver, mas antes conseguir ver pelo seu ponto de vista. 

 “A habilidade de aprender o ponto de vista de outra pessoa e ver as coisas tão bem pelo seu ângulo como pelo nosso é um dos maiores segredos da delicada arte do relacionamento humano” Dale Carnegie. 

Da próxima vez que pensares “tenho razão”, questiona o que estás da procura: Da razão ou de resolver o problema?
 

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